Lilypie 1st Birthday Ticker

2007-05-24

Breve resumo das últimas semanas

Neste momento, estou a 2 dias de completar 14 semanas de gravidez (sim, a barrinha está desactualizada de acordo com os dados da ecografia das 12 semanas). Isto significa, que já passou 35% do tempo se o(a) pirralho(a) decidir nascer às 40 semanas. Se for apressadito (como a mãe) falta ainda menos.
Sempre ouvir dizer que o tempo da gravidez passa a correr e esse foi um dos motivos que me levou a comunicar ao mundo logo às 6 semanas. E sinto que foi a decisão certa. Ainda que tenha a sensação do tempo estar a passar demasiado depressa, também sinto que tenho vivido intensamente cada dia desta gravidez.
Depois do susto inicial, tem estado tudo a correr sobre rodas. Não há incómodos associados à gravidez, não houve mais sustos, está tudo bem com o bébé.
A semana passada fui fazer a eco das 12 semanas. A translucência da nuca estava abaixo de 2mm (valor excelente segundo a médica), os ossos do nariz eram vísiveis, a regurgitação da tricúspida não se verificava (como devia) e o ductus venoso apresentava um padrão normal. Assim sendo, as probabilidades do nosso bebé ter trissomia 21 (apenas com base em dados ecográficos) são de 1:5000. Ainda não tenho o resultado do rastreio integrado mas o médico disse que pelos parâmetros ecográficos não deveria haver grande surpresa.
É óbvio que ainda é muito cedo para vermos se é menino ou menina mas isso, sinceramente, é o que menos me interessa. E acreditem que eu sempre achei que não ía dizer isto. Mas depois da terrível notíca que tive sobre a gravidez de uma amiga (mais ou menos com o mesmo tempo) reconheço que gerar um bébé sem complicações é uma dádiva.
Sobre a ecografia, posso dizer-vos que fiquei completamente babada. Nunca imaginei que um feijãozinho com 6,5cm pudesse meter a mão na boca, agarrar os pés, virar-se de costas no exacto momento em que a médica queria ver os ossos do nariz e dar um salto monumental (só visto). Ainda bem que a consulta atrasou e eu fui almoçar imediatamente antes de fazer a eco porque aquele espectáculo foi digno de se ver (baba, muita baba).
Estou completamente apaixonada por este bébé e também um pouco assutada com a vitalidade dele (quando começar a sentir aqueles movimentos todos vai ser bonito).
A médica captou algumas imagens a 3D e posso dizer-vos que são do mais delicioso que há. Lindo, lindo.
Quanto a questões mais práticas, começámos a fazer a ronda das lojas de artigos de bébés. A nossa primeira atenção está a ir para o carrinho. Os preços são altos, a dificuldade de escolha grande e por isso, queremos fazer tudo com tempo. Entretanto, escolhemos já a cadeira da Papá (a Tripp Trapp da Stokke) que vai ser oferta dos avós paternos. Aproveitámos também uma promoção e comprámos a máquina das sopas (digam-me que sabem o que isto é porque eu acho que é a melhor invenção depois da roda e pouca gente parece conhecer) que além de cozer a vapor e triturar os alimentos ainda funciona como esterilizador e aquecedor de biberons.
A decoração do quarto também tem vindo a ser pensada mas primeiro ainda temos que desmantelar o nosso escritório para depois podermos pintar e comprar a mobília do bébé.
O Papá está a ser um companheirão e tal como eu esperava um Papá muito babado.
Sinto-me a viver um dos momentos mais felizes da minha vida.
Ah! E para ajudar à festa, este mês tive novo aumento (já tinha sido aumentada em Janeiro).

2007-05-15

No news are good news...

E neste caso não podia ser mais verdade.
Connosco está tudo óptimo. Continuo a passar muito bem ainda que nas últimas duas semanas me ande a sentir um pouco cansada. Mas penso que isso se deve mais ao facto de o ano passado não ter tido férias do que à gravidez (que é óbvio que dá uma ajudinha).
Hoje fiz a eco das 12 semanas no Hospital e está tudo óptimo.
Mas como hoje estou cheia de dores de cabeça e super cansada vou aproveitar o facto do Papá ter ido para fora em trabalho e vou já para a caminha descansar. Por isso, brevemente darei mais notícias.

2007-05-01

Infertilidade

Porque já há muito tempo que queria escrever sobre este assunto e porque hoje vi isto:




(clicar na imagem)

A infertilidade é um tema que não me consegue deixar indiferente.
Quando ouço os números (2 em cada 10 casais) fico completamente arrepiada. 20% dos casais portugueses terem dificuldade em engravidar é um número que me é difícil de compreender.
Porque este drama é vivido em silêncio na sombra do medo e da vergonha. Quem não consegue gerar um bébé é visto como incapaz, como menos válido. É esta a sociedade que temos. Uma sociedade em que o que conta é mostrar que somos melhor, que conseguimos mais depressa, que o nosso resultado é o mais digno de ser apresentado em público. Ainda que estejamos a falar de dramas humanos.
Vivemos numa eterna competição. Passamos por cima de sentimentos só para fazer ver que somos os melhores.
Alguém (como eu) que consegue engravidar quase com a mesma facilidade que vai ao cabeleireiro ou a uma esplanada percebe realmente a sorte que tem? Não. Eu não compreendo e sei que quem não passa pelo drama de esperar tempo de mais para ter um filho não o poderá nunca compreender.
Não sou hipócrita. Sei que a imensa dor de passar por um diagnóstico de infertilidade me transcende. Sei que está para além da minha compreensão.
Mas ainda assim, sinto uma profunda solidariedade para com estes casais. Mas sinto-me também impotente.
Não me sinto menos feliz com esta gravidez por pensar que há casais que não o conseguem, mas não há um único dia em que não pense na imensa sorte que tive. Porque podia ter sido eu. Porque pode ser a minha irmã, a minha prima, a minha amiga ou a minha vizinha. Pela lei das probabilidades uma delas será.

Um abraço apertado para todas as lutadoras que me visitam e que, acreditem, são das pessoas que eu mais admiro pela coragem que têm.
Gostava que as minhas palavras tivessem o poder de mudar o mundo, mas como não têm, ao menos que vos aqueçam o coração.