Lilypie 1st Birthday Ticker

2007-07-25

Sobre o parto

Começo agora a pensar mais no parto. Não tenho medo porque estou muito confiante que vai ser tudo muito fácil e que vai correr muito bem. Por algum motivo tenho umas ancas largas, não é? Mas é precisamente este meu pensamento que me assusta. E se não for assim fácil, estarei preparada para enfrentar isso?
Tenho duas amigas que foram mães recentemente. Uma passou por um trabalho de parto de 17h e outra de 23h. Quando ouço isto (e chamem-me maluquinha) a minha preocupação é: E será que me dão de comer durante esse tempo? Como é que vou conseguir tratar de uma bébé depois de 23h horas seguidas sem dormir?
Normalmente, a minha preocupação não é com a dor que vou sentir porque acredito que ninguém nos dias de hoje sofra 17h ou 23h sem uma epidural. Portanto, debruço-me sobre questões práticas: comer e dormir, que são funções básicas para qualquer ser humano.
Preocupa-me mais o pós-parto do que o parto propriamente dito. Os pontos, a amamentação, a recuperação...
Ah! E tenho muito medo, sim, de uma cesariana. Nunca fui operada e nunca levei pontos (criança bem comportada que eu fui) e tenho mesmo muito medo que tenha que me submeter a uma cesariana.
Portanto, a 17 semanas e 3 dias da data prevista ainda não me mentalizei que um parto é capaz de ser um bocadinho mais complicado do que rebentarem as águas, chegar ao hospital 1h depois e 10min depois disso ter a minha bébé cá fora. E de quem é a culpa? Da minha mãe, que toda a vida me fez o relato deste parto abençoado que teve. O facto de também sempre a ter ouvido dizer que preferia ter outro filho a ter uma dor de dentes, não é de facto, grande ajuda na mentalização que possa ser um processo doloroso.
Mas talvez seja melhor assim. Vou sem medo, descontraída e se não correr assim tão bem, na altura logo me preocupo. Não vale a pena sofrer por antecipação.

22 semanas e 4 dias: Tudo OK!

Esta semana tivemos consulta no meu obstetra.
Mostrámos a ecografia das 20 semanas e ele esteve a examinar-me para ver se estava tudo ok. Colo do útero, placenta e líquido amniótico: tudo 5 estrelas.
Peso: +3.5kg até agora o que está dentro dos valores desejáveis.
A bébé está de cabeça para baixo do lado direito com os pés junto ao lado esquerdo do meu umbigo. Daí vermos muitas vezes o meu umbigo aos saltos e eu sentir movimentos muito em baixo (deve ser ela a dar cabeçadas).
Segundo o médico nada indica que possa haver um parto permaturo nem complicações de maior. Segundo as palavras dele “Esta gravidez está a correr mesmo muito bem”.
Eu sinto-me lindamente. Nos últimos dois dias tive imensa azia mas hoje mudei o menu do pequeno-almoço e estou bem.
Tenho tido algumas dores nas costas que têm a ver com a forma como me sento no emprego e, por isso, estou a tentar corrigir para evitar maiores sofrimentos.
Ou seja, de forma geral sinto-me muito bem.

2007-07-24

A reacção dos outros

Já falei um pouco sobre a reacção daqueles que me rodeiam a esta gravidez mas gostava de reflectir um pouco mais sobre este assunto.
Poucas pessoas conseguiram não me surpreender com a sua reacção à minha gravidez. Se uns me surpreenderam muito pela positiva outros houve que tiveram reacções de que eu não estava minimamente à espera.
Comecemos pelas piores reacções. A pior reacção que tive foi, talvez, daquela que eu considerava ser a minha melhor amiga. Eu nunca fui de afincadas amizades mas dava-me muito bem com esta pessoa. Uma pessoa extremamente sensível e que adora crianças. Mas a reacção dela à minha gravidez foi péssima. Limitou-se a dizer que era ainda muito cedo para me dar os Parabéns e nada mais. Hoje, continuamos amigas mas houve um afastamento. E sempre que nos encontramos pouco ou nada pergunta sobre a bébé ou sobre mim. Se estou magoada? Sim, estou, mas eu consigo perceber a reacção dela. Temos a mesma idade. Eu estou casada há 4 anos e vou ter uma bébé. Tenho a vida perfeitamente organizada. Ela tem uma relação que não ata nem desata, sem planos a longo prazo. O emprego também não lhe está a correr bem e sei que tudo isso influenciou. Se vou esquecer? Não. Mas o tempo vai apagar a desilusão que sinto.
Depois houve a reacção de uma pessoa familiar muito próxima. Sei que esta pessoa gosta muito de mim, sempre gostou. No entanto, já quando casei estranhei a reacção dela. Agora com a gravidez foi a mesma coisa. Reagiu friamente como se nada fosse e mesmo quando soube que era uma menina (o sonho que ela não realizou - teve 2 rapazes) não explodiu de alegria como eu esperava. Mas também para isto há uma explicação.
Depois houve pessoas que reagiram com alguma indiferença. Umas eu já esperava, outras esperava mais efusividade mas sei que muitos foram traídos pela surpresa pois eu sempre disse a todos que não queria filhos para já.
E depois houve aquilo que de melhor tem esta gravidez. O aproximar de pessoas que eu nem imaginava que se pudessem importar. Pessoas que me mandam emails a saber como passa a minha bébé, como estou. Que fazem questão de ligar após as consultas e que se emocionam com as imagens das ecografias. E é tão bom, que compensa todas as reacções menos positivas que possam existir.
É com essas pessoas que tenho vontade de partilhar esta gravidez. É a essas que eu vou dar atenção quando forem visitar a minha bébé depois de ela nascer. Os outros? Tenho pena por eles. Porque não partilham desta alegria que invade as nossas vidas e não respiram este momento.
Já cresci muito nestes últimos 5 meses e sei que vou crescer ainda muito mais. Posso ter-me desiludido com alguns mas surpreendi-me positivamente com muitos mais e percebi que a vida cada vez me sorri mais.
Há coisas boas e coisas más. Eu optei por abraçar as boas e esquecer-me das más. Só faz falta quem está e a vida é para ser levada com alegria e sem amarguras. Se não tivessem sido as más reacções, não dava tanto valor às boas. Por isso, aprendi que até nas coisas más há sempre um lado positivo.
Sinto-me bem comigo mesma, sinto-me de bem com o mundo, sinto-me de bem com a vida.

Amamentação

Decidi que vou tentar escrever um post todos os dias.
Hoje vou debruçar-me sobre a amamentação.

A minha filha vai nascer num “Hospital Amigo do Bébé”. Quer isto dizer que o hospital tem em práctica uma série de acções com vista ao incentivo da amamentação. Isto é óptimo porque eu sempre pensei em amamentar e sei que ali vou ter apoio e acompanhamento nesse processo que prevejo que não seja fácil, pelo menos, nas primeiras vezes.
Os benefícios do leite materno estão por demais estudados e eu não quero privar a minha filha disso.
Mas se por um lado tenho consciência que amamentar é o melhor para o bébé, não posso deixar de me indignar com toda a pressão que é colocada nas mães sobre este assunto.
Parece que passámos de um extremo ao outro. Se na geração da minha mãe era usual as mães não amamentarem ou amamentarem durante pouco tempo, hoje estamos no fundamentalismo da amamentação. E como todos os fundamentalismo, penso que isso é mau.
Eu estou com 5 meses de gravidez e já não suporto ouvir que tenho que amamentar, que isso é o melhor para o bébé e se agora tenho limitações na alimentação depois ainda vai ser pior, etc, etc. Ora, parece que as pessoas veêm a amamentação não como uma coisa prazeirosa para mãe e filho mas como uma obrigação, custosa, até quase como um castigo.
A pressão é tanta que o medo de falhar é muito. E talvez seja por isso que muitas mulheres têm dificuldade em amamentar os seus filhos.
Eu já decidi que durante os primeiros dias o momento da amamentação vai ser vivido a três e nada mais. Não quero avós, tias, primas ou quem quer que seja por perto até me sentir suficientemente segura.
Tenho chocado algumas pessoas porque digo que não vou ser fundamentalista da amamentação. Que o leite da farmácia também é bom e que foi assim que eu fui criada e cresci saudavel. Sei que choca. Vejo as caras horrorizadas das pessoas que pensam que eu vou ser uma má mãe. Nada disso me interessa. E sinceramente, não é nada disto que penso. Eu apenas quero aliviar a pressão que me estão a colocar em cima. E se para isso for preciso ter uma lata de leite em casa para que eu me sinta mais segura, não tenho problemas em o comprar ainda que seja sempre na esperança de não o usar.
Sei que a parte psicológica tem grande influência em mim. Sei que o sucesso de alcançar tão rapidamente uma gravidez se deveu ao facto de ninguém estar a contar e de ninguém me estar a pressionar nesse sentido. E com a amamentação vai ser assim. Posso chocar amigas, tias, avós, conhecidas ao dizer que não faço questão de amamentar. Se isso as fizer ficar caladas achando que eu sou um caso sem solução, melhor. O objectivo é esse mesmo e vão ver que assim vou amamentar a minha filha em exclusivo durante muito, muito tempo.
As mães não se medem aos palmos e muito menos pela sua produtividade leiteira. Sou uma mulher e não uma vaca e não vou ser menos mãe se não amamentar. Se o conseguir, tanto melhor: Mas, por favor, não me escravizem!

2007-07-22

De regresso...

...após umas merecidas férias. Foi só uma semaninha mas deu para recarregar baterias e daqui por 15 dias há mais.
Tenho andado muito ausente e tenho pena de não estar a registar todos os momentos desta gravidez.
Na semana passada fizemos a eco morfológica e felizmente está tudo bem. A cachopa tem tudo no sítio e na quantidade desejável e nada a mais a atrapalhar. Foi curioso ver que quase todas as grávidas saíam do hospital com a recomendação de repetirem a eco dentro de poucos dias ou semanas por haver situações que suscitavam dúvidas. Penso que é esse o preço que temos que pagar por tão rigoroso acompanhamento.
A médica deu-nos umas fotos a 3D da nossa bébé que estão um mimo. Numa delas vê-se claramente os olhos abertos e noutra ela está a esfregar os olhinhos com as mãos fechadas. Um amor! Ah! E eu acho que ela é a cara do Pai (mas não lhe digam isto porque senão ele diz que eu estou senil).
Já há algumas semanas que a sinto. Aliás, a primeira vez que a senti foi às 15 semanas mas na altura não tive bem a certeza. Entretanto, ela foi-se fazendo sentir mas eu estava sempre na dúvida se seria ela ou se seriam gases ou outra coisa qualquer. Uma noite, estava eu a tentar que o Papá a sentisse mas mais uma vez ela ficava quietinha assim que o Papá colocava a mão na minha barriga. Mas quando o Papá tirou a mão, ela deu tamanho salto que a barrriga saltou também e o Papá não pode sentir mas viu claramente a filhota a fazer piruetas. Aí, tive a certeza que não eram gases. LOL.
Desde essa altura, ela não pára de mexer. Questiono-me até se será normal. É que ela é capaz de passar meio-dia aos saltos mas daqueles que se veêm quando se olha para a barriga. Chega a ser incomodativo porque muitas das vezes ela está muito em baixo.
Amanhã temos consulta e já vou esclarecer todas estas dúvidas com o médico.
Estou cada vez mais apaixonada por esta bébé.
Em alguns comentários perguntaram-me se já tinhamos nome para a bébé. Temos sim. Há muitos, muitos anos. A escolha foi do Papá e desde sempre que falamos em ter um bébé, esse bébé foi sempre a nossa M.
Como este blog pertende ser anónimo, não vou divulgar (pelo menos para já) o nome da nossa mais-que-tudo. Um dia quem sabe...
Quanto a mim, continuo a sentir-me bem. Penso que neste último mês engordei mais do que nos anteriores mas sinto-me leve na mesma. Os inchaços não têm incomodado mais do que em anos anteriores e até as quebras de tensão não se têm feito sentir. Estou a tomar ferro e magnésio mas nada mais.
Quanto aos preparativos para receber a pequena, começo a ficar seriamente preocupada com isso. Não que tenha andado relaxada até aqui, mas acho que inconscientemente não queria avançar muito antes da eco das 20 semanas. Agora que estou a 1 dia de completar 5 meses de gestação, tenho pressa em transformar o nosso escritório num quarto de bébé e em fazer todas as modificações na nossa casa que isso implica.
Começámos também a ver um carro para mim porque o meu é comercial e, portanto, só vai dar para os tempos em que ela possa andar no ovo. Estamos indecisos entre novo ou usado com menos de 2 anos. Nesta altura todo o dinheiro é pouco e não queríamos fazer um grande investimento, mas também achamos que devemos comprar um carro confortável e seguro para a nossa bébé. Inicialmente pensei num daqueles ultra pequeno tipo C1 mas pensando bem não me parece a escolha certa. O Honda Jazz é, neste momento, um forte candidato bem como o Ford Fusion devido à oferta de 2000eur a quem tiver um bébé nos próximos 2 anos. Portanto, um utilitário, confortável, seguro e o mais barato possível; acham que é pedir muito?
Estou a preparar um post sobre amamentação e outro sobre a reacção daqueles que me rodeiam a esta gravidez e resolvi escrver aqui isto para me comprometer a publicá-los quanto antes. Vamos a ver...
Por último, que o post já vai longo, falta falar no Papá que tem sido um companheirão. Ao fim de 11 anos e meio consigo perceber perfeitamente porque me apaixonei. É certo que tem o seu feitiozinho (oh se tem) mas defeitos todos temos e os bons momentos compensam tudo isso. Tenho a certeza que vai ser um óptimo Pai ainda que tema que demasiado galinha (vamos a ver). Vou ver se o convenço a dar notícias no blog dele que esta família anda muito afastada das novas tecnologias.
Até já!