Lilypie 1st Birthday Ticker

2006-05-25

Reprodução medicamente assistida e afins...

Nota de abertura: Ainda nunca explorei temas sensíveis neste blog. Mas, gostaria de esclarecer desde já que tenho, aquilo de que muitos chamam de, pensamento liberal. O que me aflije e me tira o sono não é o aborto, mas sim crianças mal-tratadas, abandonadas, famintas...
O que me incomoda não são casais homossexuais, mas sim, famílias disfuncionais, violência doméstica, relações de uma só noite...
Posto isto, passo ao post propriamente dito.

Vai ser hoje aprovada na Assemblei da República a lei da procriação medicamente assistida. Lei que há muito fazia falta para regulamentar uma área tão sensível como esta. Não conheço os detalhes da lei, apenas aquilo que tem sido veiculado pela comunicação social...
Mas parece-me que a lei, peca por pouco ambiciosa. Por não permitir aos casais em união de facto poderem recorrer a esta técnica. Por exigir, relacões estáveis com mais de dois anos para que o processo se possa iniciar. E isto faz-me confusão, porque se biologicamente os casais pudessem ter filhos, ninguém se interessava se eram um casal de assasinos, se tinham uma situação emocial e financeira estável para ter filhos, se estavam casados, unidos de facto ou se se tinham conhecido naquela noite e nunca mais se tinham voltado a ver...
Parece-me também, completamente inoportuno, que organizações auto-denominadas "pró-vida" venham agora tentar suspender o processo legislativo com argumentos de que é preciso referendar a lei porque o povo Português deve decidir se "concorda que os casais homossexuais possam recorrer a estes métodos para terem filhos". Mas onde é que isso vem na lei?
Com que direito uma organização vem dizer que não se podem produzir embriões excedentários alegando a defesa da vida, quando, na realidade se trata apenas de querer gerar uma vida?
Sinceramente não compreendo nem sei se me fiz entender...
Mas estas coisas fazem-me demasiada confusão.

Adenda: Sei que este post vai suscitar calorosas reacções. Venham elas. As opiniões valem o que valem, cada um tem a sua e, felizmente, ainda as podemos expressar livremente.

2 comments:

FiLiPa MaRqUeS said...

E mais nada...quem fala assim não é gago!!
Minha linda obrigada por discutires um tema que é importante.
Acho que as pessoas não aceitam as diferencas e isso é muito mau.
O importante é que cada crinaça seja amada, esperada, bem tratada e que tenha uma educação e uma familia.
Mas pareçe que ainda há quem prefira "atirar" crianças para lares e associações do que encontrar uma casa para cada uma, mesmo que essa casa tenha dois papas ou duas mamas.
Sera pior o trauma de ter duas pessoas do mesmo sexo que as amam ou crescer a vida toda nuam instituição???
E para as pessoas que não conseguemter filhos sem uma ajudinha, acho que a ciencia devia de ajudar. E para alem disso possibilitar as pessoas menos ricas poderam receber essa assistencia.

Gambozina said...

Não há dúvida que a nossa lei tem ainda situações curiosas. Digo ainda, porque acho que muito devagarinho está a evoluir qualquer coisa. Muuiiittto devagarinho.
Talvez não tenha nada a ver, mas este caso faz-me lembrar o problema da adopção (no fundo tem a ver, trata-se que querer ter filhos!). Tantas dificuldades, tantas burocracias, tantos "ses" e "senãos". Não são temas simples, é verdade, mas também não há necessidade de os complicar tanto.